Amor,
Moras neste meu coração desde sua
primeira batida avisando ao mundo que eu estava chegando. Acompanhastes os meus
primeiros passos, as minhas manhas e rabugices, as minhas brincadeiras, os meus
tombos e travessuras.
Quando jovem tivestes a paciência de me
ouvir, de saber de todos os meus segredos, de quando me apaixonei pela primeira
vez e tantas outras, sempre enxugando as minhas lágrimas e mostrando que mesmo
na tristeza estavas presente.
Companheira inseparável em todos os
momentos sem nunca reclamar mesmo que o meu ódio e rancor fossem tão grandes
que quase não sobrasse lugar para estares aqui dentro.
Enchestes de alegria quando encontrei o meu príncipe encantado e toda radiante me casei construindo uma linda família.
Foste amiga fiel em todas as fases de minha vida e nunca cheguei para te dizer o quanto te quero bem, o quanto te amo meu amor.
Ensinastes que o valor de alguém, o amor por alguém, ou de algo, é dado unicamente por nós, é pessoal, único, exclusivo, intransferível.
Quando a inevitável dor da
perda chegou enchendo de feridas este coração tivestes a paciência
de cuidar de cada uma com a delicadeza de um anjo.
Ficava triste, mas aos poucos conseguia
enxergar que mesmo triste e tendo perdido um ente tão querido, eu tinha
sido capaz de amar, e, mesmo sem prestar às vezes atenção nisso, o mundo ficava
mais bonito, pois o mundo sempre é mais belo quando refletido naquilo que
amamos.
Para o amor não há despedidas apesar do
choro triste e da dor sentida. Nas partidas da vida ele segue junto e a gente
tem a eternidade toda para se amar.
Amor meu, que deste coração cuidas há
tanto tempo, não deixando uma cicatriz nele permanecer por muito tempo, o que
mais poderia estar aqui colocando nesta simples carta.
Somente tenho a dizer que sou o que sou porque tenho dentro de mim a ti, sentimento tão sublime, que me faz ter vontade de viver.
Afagos apertados neste peito que é só
teu.
RSantos
ism
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95º Edição cartas
Tema: E a gente tem a eternidade toda pra se amar.
Bloínquês